“Minha vida é fugaz, uma hora que passa, minha vida é tão curta e se vai de repente.” (Teresa de Lisieux)
Notícias que chegam do Sul enchem o nosso país de dor e comoção, são mais de 200 vidas que se esvaíram de forma desastrosa.
Como milhares de brasileiros, permaneço orando pelas vítimas da tragédia em Santa Maria / RS, principalmente pelas famílias que agora terão que conviver com a insuportável ausência de quem partiu de forma inesperada.
Diante deste lúgubre cenário, e conduzido pelas palavras de Teresa de Lisieux, foi impossível não refletir sobre a qualidade das relações que tenho mantido em minha vida, é neste momento que surge a minha segunda oração:
“Que eu não espere pela perda da minha família e amigos, para chorar a dor e a culpa de não tê-los abraçado, beijado, demonstrado todo o meu amor com gestos e palavras, por não ter dado e pedido o perdão tão necessário. Mas quando esse dia chegar, e chegará, que minhas lágrimas sejam fruto de uma saudosa e amorosa convivência, que elas caiam em paz, abençoadas pela típica serenidade que habita a consciência de quem ama.
Que eu não espere a sociedade entrar em caos para me arrepender pela contribuição negada na cura do mal contemporâneo do consumismo egoísta, imediatista e inconsequente, o grande agente construtor das relações líquidas tão próprias de nossa época. São essas relações que formarão os futuros protagonistas do colapso social, causado pelo vazio interior daqueles que se distanciaram tanto de si próprios ao ponto de esquecerem quem realmente são.
Que eu não espere a perda das preciosas almas humanas, compradas ao preço do sofrimento e do sangue de um Deus que de tanto amar se fez homem, para me consumir no remorso de nada ter feito ao vê-las cair na escuridão, mas que minha voz, minhas mãos, meus pés, enfim toda a minha vida, seja usada para chegar aos corações que se afastaram do céu e esperam ansiosamente por uma palavra que os leve de volta para casa.
Que eu simplesmente, não espere… amém!”
Ricardo Oliveira, Vida, Espiritualidade e Música
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